segunda-feira, 29 de abril de 2013

O BRASIL E O MUNDO MOBILIZANDO-SE EM PROL DAS VITIMAS DE ACIDENTES.

28 de abril, Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho


O  “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”, dia 28, foi escolhido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Considero a data importante para que a sociedade não se esqueça da necessidade de prevenir acidentes de trabalho.
Temos que assimilar a prevenção, praticá-la rotineiramente para termos ou resultados esperados, ou seja, acidentes zero. Hoje, a situação é preocupante. Dados da Previdência Social mostram que entre 2008 a 2010 foram registrados aproximadamente 2,2 milhões de acidentes de trabalho e 8,1 mil mortes.
Isso significa que a cada dia morrem em nosso País 8 (oito)  trabalhadores, vítimas de acidentes de trabalho. Entendemos que estes números são muito maiores, até porque grande parte dos trabalhadores brasileiros não é contratada formalmente e, portanto,
não entra nas estatísticas.
Já no mundo, pesquisa mostra que dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.
Segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de serem registrados aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Em um terço desses casos, cada acidente ou doença representa a perda de quatro dias de trabalho.
No setor da alimentação, a situação é grave para os trabalhadores de frigoríficos. Tanto que entregamos, por meio da CNTA ((Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação)  um conjunto de reivindicações à CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Os trabalhadores são expostos às baixas temperaturas, ruídos e umidade, além dos movimentos repetitivos que geram graves doenças ocupacionais, também é fator de preocupação para a entidade. É necessário manter um médico do trabalho dentro das empresas, mas que dê um diagnóstico preciso e que não fique adotando medidas paliativas camuflando um problema de saúde.
Outra proposta feita pela CNTA é a necessidade de pausas de 10 minutos para cada 50 minutos de trabalho, para quem trabalha com sobrecarga muscular e frio excessivo, além de intervalos para refeição.
A redução da jornada de trabalho de 7h20 diárias para 6 horas também faz parte da reivindicação da categoria e está no Projeto de Lei que regulamentará a profissão do setor frigorífico, ainda em tramitação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado Federal.
Estas foram as principais razões que nos motivaram a fundar a ATRA (Associação em Defesa dos Trabalhadores do Ramo da Alimentação do Estado de S. Paulo Vitimadas por Acidentes e Moléstias Profissionais). Esta entidade é exclusiva da FETIASP e serve como instrumento em defesa das vítimas por acidentes e doença do trabalho.
Neste 28 de abril, o grito do movimento sindical não é  só por acidente zero, como as empresas tem colocado em seus quadros de aviso, mas sim, por um local seguro para se trabalhar, com condições ergonômicas que atendam as necessidades dos trabalhadores, além de máquinas com proteção adequadas as normas de segurança brasileiras, equipamentos de proteção individual e coletivo, enfim ambiente saudável de trabalho. Insistimos, os acidentes são previsíveis e as empresas têm que ter CIPA (Comissão Interna de Proteção aos Acidentes) e SESMT (Serviço de Medicina Segurança do Trabalho) responsável e atuante.

Melquíades de Araujo,
Presidente da Feitasp



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