quinta-feira, 25 de abril de 2013

Mesmo sem lei, designer gaúcho cria extintor para uso doméstico


ÓTIMA INICIATIVA!

Moises Hansen criou produto por enxergar dificuldades no uso do comum.

Coronel apoia a elaboração de leis que exijam extintores em residências.

Extintor doméstico é criado por estudante de Design no Rio Grande do Sul (Foto: Moises Hansen/ Divulgação)
A lei brasileira não exige materiais de prevenção de incêndio em residências. Embora clara, as normas não impedem que pessoas se protejam de possíveis acidentes domésticos. Motivado por isso, um estudante de design do Rio Grande do Sul criou um protótipo para um extintor de incêndio doméstico.
Movido pelas dificuldades observadas nos extintores comuns, Moises Hansen, de 27 anos, estudante da UFRGS, desenvolveu um objeto de fácil manuseio e que seria para uso exclusivo em residências. Após a tragédia de Santa Maria, que matou 241 pessoas na boate Kiss, o estudante tenta contato com empresários que possam investir em seu projeto e ajudar a conscientizar mais pessoas. Ele participa também do IDEA/Brasil, edição nacional do prêmio americano de design IDEA Awards, que premia jovens talentos.
O tenente-coronel aposentado do Corpo de Bombeiros, Nelson Matter, explica que, embora não haja legislação no Brasil para a prevenção de locais domésticos, a cultura e a educação das pessoas é necessária para iniciativas como a de Moises. "Estou convencido da necessidade de aprofundar estudos a respeito para só então deliberar. Qualquer solução atropelada poderá não ser a melhor. Acredito que há espaço para avançar de maneira lenta e firme", opinou Matter.
A motivação de Moises para a criação do objeto batizado de "Safe Home" surgiu em uma aula de ergonomia que levantava o problema do uso de um extintor comum por uma pessoa sem um braço. "Comecei a pensar nisso e me dei conta de que uma senhora de mais idade também não teria força para levantar um extintor, caso precisasse", explica Moises.
A partir dali, desenvolveu o objeto para o trabalho de conclusão de curso e tirou nota "A" na avaliação final. "Importei um extintor italiano com a mesma tecnologia e fiz todo o teste de uso. O protótipo que eu criei não é funcional ainda", conta. A ideia do designer é que, com a maior conscientização das pessoas com a segurança contra incêndio, ele possa vender o projeto para alguma empresa que queira produzi-lo.
Extintor doméstico é criado por estudante de Design no Rio Grande do Sul (Foto: Moises Hansen/ Divulgação)
O "Safe Home" se diferencia dos produtos normais do mercado pela substância usada para apagar as chamas. O Composto de Potássio utilizado tem capacidade para conter chamas de classe A, B e C. "Ele é de uso único, ou seja, o potássio, quando inicia a reação expele todo o conteúdo que tem dentro", diz Moises. A despressurização garante que ele funcione sem precisar recarregar o conteúdo do composto de tempos em tempos. "Conheço alguns produtos parecidos fora do Brasil considerados vitalícios", complementa.
Mesmo que de fácil manuseio, Matter enxerga algumas falhas no objeto. "Dependendo do extintor de incêndio é até perigoso tê-lo dentro de casa, pois uma criança poderá acioná-lo e causar danos", adverte o bombeiro.
Já existem equipamentos no mercado que atendem as demandas de incêndios residenciais, a grande diferença do objeto criado por Moises seria a praticidade e tamanho, segundo o bombeiro. "Se fosse fazer alguma alteração, faria empunhadura para as duas mãos, pois algumas pessoas podem não suportar seu peso em face da duração da descarga do produto", ressalta Matter.

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